“É melhor que cruzar a linha de chegada do Iron Man”, assim o coronel Roney Cunha descreveu o que estava sentindo enquanto desembarcava em Rio Branco, na tarde da terça-feira, 15.
No reencontro emocionante com a família, o coronel abraça as filhas e a esposa. Em meio aos sorrisos, beijos e abraços apertados, continua a conversa contando como ficava a cada ligação das filhas Letícia, de quatro anos, e Fernanda, de 12. “A gente estava com uma grande responsabilidade nas mãos, sabíamos que de nós dependia muita coisa. Mas ouvir a voz delas também ajudava a continuar”, disse.
Após uma luta que durou mais de 40 dias, com operações na BR-364 e na cidade de Porto Velho, os acreanos do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Departamento de Estradas e Rodagens (Deracre) puderam retornar para casa.
Nos semblantes, transparecia o orgulho de terem atuado em um momento reconhecido por eles como “Operação de Guerra”. Somente do Corpo de Bombeiros foram 41 homens, reunidos em bases montadas na capital rondoniense e em três trechos da estrada.
O sargento Rômulo Barros saiu de Cruzeiro do Sul e se juntou ao grupo no dia 4 de abril, atuou no núcleo que monitorou as operações de abastecimento que vinham em direção ao Acre, tanto por via aérea quanto pela estrada. “Foi exatamente um mês e onze dias e a sensação é de dever cumprido”, explica o sargento entre sorrisos e a ansiedade de seguir a viagem rumo ao Vale do Juruá.
Mas o trabalho continua, agora com a atenção voltada para os cuidados quanto ao tráfego nas áreas danificadas. Por isso, seis membros da equipe permanecem nas bases – quatro ainda na estrada e dois em Porto Velho.