Testemunhas da explosão de barco em Cruzeiro do Sul começam a ser ouvidas. Relatos indicam que embarcação transportava 5 mil litros de combustível
A Polícia Civil do Acre segue com a investigação para apurar as causas do acidente com o barco que explodiu no rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, na sexta-feira, 7.
De acordo com o delegado que acompanha a investigação, Lindomar Ventura, até o momento foram ouvidas seis testemunhas, duas delas ainda estão internadas.
Os depoimentos revelaram que a embarcação transportava cinco mil litros de combustível. “Existem inclusive, relatos de que algumas pessoas, ao tomarem conhecimento da carga de combustível, teriam desistido da viagem”, informou o delegado.
De acordo com Ventura, um dos sobreviventes chegou a ver fagulhas nos cabos da bateria do motor. “No momento em que concluíam o carregamento, a fagulha no motor em contato com o combustível pode ter causado o acidente. Tudo está sendo apurado”, concluiu.
O delegado disse que não é possível afirmar quantas pessoas haviam exatamente no barco. “Temos informação do grau de parentesco entre algumas vítimas. Sabemos que uma delas, dona Marluce (Silva dos Santos), que foi a óbito na terça-feira, 11, estava acompanhada do marido e da filha, a pequena Yohana, que também ficou gravemente ferida e foi transferida. Mas ainda não conseguimos identificar os demais membros dessa família”.
O proprietário do caminhão que abastecia o barco foi identificado e deve prestar depoimento. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.
O acidente
A embarcação ancorada no rio Juruá, na região do bairro Miritizal, explodiu na última sexta-feira, 7, quando era preparada para transportar pessoas e combustível para os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
No acidente, 18 pessoas ficaram feridas. Depois de receber os primeiros socorros, todos foram levados para o Hospital do Juruá. Alguns foram transferidos para Rio Branco e encaminhados para tratamento no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
Entre as vítimas, duas foram a óbito. Simone Souza Rocha, 24 anos, morreu no domingo, 9, após uma parada cardiorrespiratória, no Hospital do Juruá. Marluce Silva dos Santos, de 38 anos, estava internada no Hospital do Juruá em estado gravíssimo e morreu na noite de terça-feira, 11. Os rins da paciente, que devido à gravidade dos ferimentos não suportaria hemodiálise, paralisaram.
Transferidos
Desde os primeiros momentos do ocorrido, o governo do Acre mobilizou equipes da Saúde, Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para prestar total assistência às vítimas.
Os primeiros pacientes transferidos foram Umberto da Conceição de Oliveira, 38 anos, e o menor P. V. F. S, de quatro anos. No dia 11, foram transferidos Valdir Torquato da Silva, 51, e Francisco Luna Dos Santos, 46 anos.
Nesta quarta-feira, 12, mais quatro pacientes foram transferidos para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte (MG). José Ortenízio Souza da Conceição, de 39 anos, Antônio José de Oliveira, 33 anos, Jucicleia Ferreira da Silva, 42 anos, seguiram de Rio Branco para Goiânia. Francisco Rodrigues de Oliveira, 60 anos, embarcou em Cruzeiro do Sul para Brasília.
Quatro pacientes que estavam em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Hospital do Juruá apresentaram melhora e foram liberados para leitos. Francisco Rodrigues de Oliveira, 60 anos, João Oliveira da Silva, 32 anos, Francisco Rodrigues da Rocha, 55 anos, José Francisco do Nascimento, 49 anos estão em enfermaria e o quadro clínico é estável.