Após meses de tratativa entre o governador Tião Viana e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o órgão finalmente regulamentou o uso do açafrão na produção da farinha de mandioca. A medida beneficia diretamente mais de 12 mil famílias acreanas que têm na produção da farinha sua principal fonte de renda, especialmente no Vale do Juruá.
Tradicionalmente utilizado em todo o Brasil, o açafrão é visto como uma das especiarias mais completas que existem, por trazer inúmeros benefícios à saúde. Com a regulamentação, os produtores terão a oportunidade de manter esse importante complemento no processo produtivo, tendo também maior valor atribuído ao produto, como explica o governador Tião Viana.
“Estava dando um prejuízo gigante aos produtores. Foi uma luta pessoal que tive com o presidente da Anvisa mostrando que o açafrão é um complemento alimentar associado à farinha, sendo também um anticâncer da melhor qualidade, antioxidante reconhecido e usado no mundo inteiro, e cuja proibição – causada por uma medida do Estado de Sergipe – estava prejudicando toda a agricultura familiar não apenas do Acre, mas do Brasil”, esclareceu Tião.
Considerado o melhor lugar para se plantar macaxeira no Brasil, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o Acre tem o maior rendimento agrícola por hectare na produção dessa cultura, por isso a regulamentação do uso do açafrão representa mais um avanço nessa cadeia produtiva.
Para o secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Thaumaturgo Neto “a continuidade do açafrão no processo da produção da farinha, além de acabar de vez com a dúvida sobre a utilização desse corante natural, resgata o modelo cultural de produzir farinha distinguindo a sua coloração natural no processo”.
A conquista é mais um resultado do esforço do governo do Estado, aliado aos produtores rurais, que se soma aos grandes investimentos no setor produtivo. Durante a gestão do governador Tião Viana, foi iniciado o processo de fortalecimento e expansão da cadeia produtiva da mandioca com a formalização do modelo de parceria Público-Privado-Comunitário Integrado (PPCI).
Mecanização da produção
Tradicionalmente explorada em todo o Estado, do Alto Acre ao Juruá, a farinha de mandioca passa por um intenso processo de expansão com projeto executado pelo governo do Estado, por meio das secretarias de Agricultura e Pecuária (Seap) e de Extensão Florestal e Agricultura Familiar (Seaprof).
Um dos maiores avanços é a mecanização do processo produtivo, que já contempla oito famílias produzindo de forma integrada com a agroindústria. A meta é atender ao menos 18 famílias. Um exemplo de sucesso é Xapuri, que possui uma indústria de derivados de mandioca após uma série de investimentos do Estado e também fruto da PPCI.
Com o apoio do Estado na retomada da cadeia produtiva da mandioca, a produção da planta saiu de 10,4 milhões de toneladas em 2011 para 12,3 em 2017 – uma evolução de 18,27% -, o que tornou o Acre o segundo maior produtor dessa cultura da Região Norte, ficando atrás apenas do Pará, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).