A BR-364, no trecho entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, foi uma das pautas da entrevista concedida pelo governador Tião Viana à Rede Pública de Comunicação na semana passada. O chefe do Executivo voltou a afirmar que, mesmo a rodovia estando na responsabilidade do Departamento Nacional de Transportes (Dnit) há mais de um ano, o governo estadual não mediu esforços para ajudar a solucionar os problemas.
“Fui à presidente da República e conseguimos R$ 78 milhões, recurso suficiente para dar manutenção nesse período, até começar a reconstrução definitiva”, afirmou.
Ele ainda destacou dois problemas que foram determinantes para deixar a rodovia em más condições de tráfego: algumas empresas contratadas pelo Dnit não iniciaram seus lotes e alguns empresários não obedeceram o limite de cargas.
“Nós cuidávamos das balanças, cuidávamos com força, com firmeza, mas alguns poucos empresários, uns três eu diria, não quiseram respeitar, colocaram carretas de 70 no lugar de 18 toneladas de carga”, relatou.
O governador ressaltou que esse é o momento que exige união de todos. “Temos que nos unir e não ficar numa relação de guerra. Eu tenho sentido a necessidade de ver cada vez mais ver consolidado o apoio da representação política do Acre à população do Juruá que não merece passar o que está passando”, afirmou.
Posicionamento do Dnit
Diante de algumas observações do governador Tião Viana em entrevistas aos programas locais, o superintendente do Dnit no Acre, Sérgio Mamany, esclareceu em nota os motivos da deterioração BR-364 e do que está sendo feito para resolver a situação.
Mamany informou que os solos do Acre são bem atípicos, muito argilosos e com pouca capacidade de suporte, por isso o órgão trabalha em um novo projeto, usando uma nova técnica.
Ele ainda acrescentou que “possivelmente essa condição [solo] tenha sido uma limitante para o insucesso da implantação de projetos convencionais, que se aplicam em outra rodovia com características físicas de suporte melhor”.
Finalizou dizendo que a elaboração de um novo projeto de engenharia para reconstrução da BR-364 certamente trará soluções mais diferenciadas. “O refazimento da estrutura do Corpo Estradal terá que considerar essas peculiaridades locais”, disse Mamany.