Com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) no setor agropecuário, o governador Tião Viana – junto ao governo federal, instituições financeiras e órgãos ambientais – assinou nesta quarta-feira, 14, o decreto que institui o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas (ABC) no Acre.
O plano ABC tem por finalidade a organização e o planejamento de ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis.
Ele visa, principalmente, a recuperação de áreas degradadas por meio de alternativas tecnológicas que objetivam aumentar a produção animal e minimizar a emissão dos GEE, contribuindo para atenuar os efeitos das mudanças climáticas.
No Acre, a expectativa é de que sejam recuperados 25 mil hectares de áreas degradadas por ano, com apoio técnico aos produtores e abertura de linhas de crédito financiadas pelo governo federal.
“Este é mais um programa capaz de trazer qualidade de vida e receita econômica. O ABC é um extraordinário caminho de crédito que nós temos e se compara com o FNO [Fundo Constitucional de Financiamento do Norte], com vínculos de sustentabilidade, abrindo a perspectiva de o Acre continuar como referência socioambiental no Brasil e mundo afora”, disse Tião Viana.
Grande investimento
O plano atuará no Brasil de 2009 a 2020 e abrirá linhas de crédito para os produtores em todo o país, com recursos da ordem de R$ 197 bilhões, com juros subsidiados e prazos melhores para pagamentos.
Segundo o secretário de Agricultura e Pecuária, José Reis, o plano ABC é extremamente importante para o desenvolvimento da agricultura do Acre.
“Nós temos um milhão de hectares de áreas abertas e apenas 6% de agricultura no nosso estado. Precisamos aumentar esses valores e esses quantitativos, mas precisamos aumentar com responsabilidade e equilíbrio ambiental. Essa é a proposta”, ressalta Reis.
Os sete eixos do plano ABC
O plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último programa com ações de adaptações às mudanças climáticas.
O Acre já avança em vários deles, que são: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta e sistemas florestais, plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, florestas plantadas, tratamento de dejetos animais e adaptação às mudanças climáticas.
Luziel Carvalho, superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Acre, completa: “Com o plano instituído, o Acre está automaticamente se credenciando para aderir aos recursos do plano ABC nacional”.