Após representar o Brasil numa missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no continente africano, o tenente-coronel da Polícia Militar do Acre (PMAC) Marcos Kinpara está de volta ao estado.
Em reunião com o governador Tião Viana, na manhã desta sexta-feira, 13, o policial contou sobre a experiência vivida durante os seis meses de missão em Juba, capital do Sudão do Sul.
Kinpara é o primeiro policial militar no Acre a participar de uma missão de paz da ONU, que lhe rendeu a condecoração máxima da Organização – honraria concedida aos profissionais que cumprem seu trabalho de forma ética e responsável.
“O Acre tem muito orgulho da sua grandeza profissional”, disse Tião Viana, que recebeu de Kinpara uma homenagem: a bandeira do Sudão do Sul.
O militar contou detalhes dos fatos vivenciados durante a missão, cujo objetivo era a pacificação de um dos países mais novos do mundo, criado em 2011.
“Lá há uma guerra incessante por petróleo, minérios, drogas e, sobretudo, por desigualdades socais. À frente do comando de contingentes dos policiais brasileiros no Sudão do Sul, nossa missão era manter a paz dentro da base da ONU, com a realização de um forte trabalho em segurança pública”, explicou o militar.
Os desafios da missão
Kinpara contou, ainda, que teve de trabalhar em um ambiente inóspito, suscetível a doenças, como febre tifoide e cólera. “Sem contar a saudade da família e o risco contínuo de sofrermos ataques por parte dos rebeldes”, lembrou o coronel.
Durante a missão, o militar se deparou com as dificuldades vividas pela população, como a fome, doenças e desemprego.
“Hoje posso dizer que valorizo mais a vida humana e as pequenas coisas. São lições que me engrandeceram como ser humano”, destacou Kinpara sobre a experiência.
A seleção
Todos os anos, a ONU, por meio do Ministério da Defesa, faz uma seleção em nível nacional, convidando as polícias para que indiquem oficiais que tenham conhecimento de língua inglesa e que estejam preparados para a missão.
Indicado pelo Comando Militar do Acre, Kinpara agradeceu ao governo do Estado, que, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), deu todo o suporte no treinamento que recebeu nos Estados Unidos da América (EUA), até ser selecionado no teste nacional para a missão.