Há mais de 50 dias enfrentando as limitações que a cheia do Rio Madeira impõe ao Acre, equipes enviadas pelo governo do Estado têm resistido na missão de buscar alternativas para manter o transporte de cargas vindas pela BR-364.
As máquinas começam a operar ao amanhecer e o trabalho só é interrompido quando o sol se põe. Assim tem sido há 20 dias, para pelo menos 15 trabalhadores do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) que compõem a equipe que atua no local.
Esses homens operam em trechos submersos por até 1,50 metro de água. Para minimizar o cansaço, as equipes revezam nos serviços. O vai-e-vem de máquinas faz a travessia de caminhões rebocados ou trasladados em pranchas adaptadas a carretas.
Mesmo contra a correnteza, os riscos se tornam secundários, e quando um caminhão sai da trilha, derrapa ou se enrosca aos buracos, eles se jogam no rio e encontram uma maneira de contornar a situação. A estrada seca ou coberta tem sido campo para as batalhas diárias. Até refeições são feitas ali, à margem das áreas alagadas.
“É um trabalho que poucos veem, mas que tem exigido muito das equipes. Por isso, a nossa preocupação é, além de enviar mantimentos [água, combustível, óleo e técnicos], também de continuar o revezamento do pessoal”, explica Ocírodo Oliveira, diretor do Deracre.
Os pontos críticos estão em Mutum e Jaci-Paraná, onde não só a estrada foi tomada pela enchente, mas também a cidade. Os instantes de descanso ficam para o acampamento do Deracre montado em Vila Extrema (RO).