Com destaque em âmbito nacional, as ações da Educação Especial, realizadas pelo governo do Estado por meio da Secretaria de Educação e Esporte (SEE), auxiliam mais de seis mil alunos especiais, apoiadas pelas 388 Salas de Recursos Multifuncionais do Estado.
Destes seis mil, mais de 1,3 mil possuem problemas relacionados à visão, como a cegueira total, ou a baixa visão, que reduz a capacidade visual. Para isto, determinados órgãos foram criados para atender especificamente estas pessoas, caso do Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente Visual (CEADV) e do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP-AC).
Imprensa Braille
O sistema braille de escrita e leitura, feito pelo tato, também é utilizado no Centro de Apoio por meio da Imprensa Braille, composta por uma equipe com profissionais de diversas áreas das Ciências Exatas e Humanas que transcrevem textos para o Braille.
Nela, o trabalho é dividido para que os materiais cheguem no tempo adequado aos alunos, garantindo que os estudantes com necessidades especiais não fiquem atrasados por falta de conteúdo voltado para estas necessidades.
Segundo o transcritor Odin Moraes, funcionário do Centro há 10 anos, a demanda é realizada por meio de professores do CAP, que contatam as escolas e verificam o material necessário. Em seguida, ocorre o repasse para a Imprensa Braille, que conta com apoio de leitores cegos para verificar a tradução.
“No próprio centro, já acontece essa interação e essa parceria entre pessoas que não possuem deficiência visual, sendo os funcionários cegos ou com baixa visão é parte fundamental de nosso trabalho. Não apenas nas escolas, a inclusão deve ser incentivada em todas as áreas da vida, incluindo a familiar, social, e profissional”, disse Odin.
Adaptação de material
Não apenas o CAP-AC traduz o texto escrito, mas também pensa no aspecto físico que envolve o ensino: formas geométricas, texturas, e a tridimensionalidade de objetos e espaços físicos. Para tanto, acontece no Centro Estadual um processo de adaptação para o sentido do tato pelas profissionais na Sala de Adaptação de Material, que já situa o uso do contato físico como forma de identificar as realidades do ensino e as específicas de cada pessoa.
Raimunda Nonata Silva, professora vinda de Tarauacá e profissional da adaptação de materiais desde 2008, também possui um problema na visão em decorrência de um glaucoma. “Foi a afinidade com o artesanato que me trouxe aqui, e ganhei, de brinde, um ótimo aprendizado. Tudo era muito novo, mas quando temos a vontade de conquistar, conseguimos aprender”.