Entoando a letra “Quem foi que disse que o Carnaval vai se acabar”, a Marujada Brig Esperança levou aos foliões nesta segunda-feira, 12, no Novo Mercado Velho, os cânticos e danças que já existem na cultura acreana há mais de 50 anos.
O espetáculo conta a história de uma rebelião dentro de um navio, quando, em contrapartida, o capitão expulsa os tripulantes. Como sinal divino, o líder roga uma praga. Assustados, todos se ajoelham e rezam a Nossa Senhora, a Jesus e José, pedindo clemência.
“Lá em Cruzeiro do Sul, terra de onde viemos, a marujada ia na casa das pessoas contar as histórias. Estamos há mais de 20 anos aqui em Rio Branco, e é muito bom levar nossa história para outros lugares”, explica o marujo Aldenor da Costa Souza, um dos criadores do grupo.
Hoje, o coletivo expandiu e se perpetua com a inclusão de outros membros da família. “Já tenho filhos e até netos que brincam com a gente”, afirma o ilustre Aldenor.
Participante do grupo, a artista Camila Cabeça conta que a marujada se apresenta em todo o carnaval, mas a ideia é que hajam apresentações em outros momentos: “Estamos preparando espetáculos em escolas nos próximos meses. Conseguimos aprovar um edital de Pequenos Apoios do município que nos ajudará a concretizar isso”.
Atenta ao som do piston, banjo, violão, pandeiro e também grave, a foliã Mara Souza diz que é a segunda vez que prestigia uma apresentação da Brig Esperança. “Meu primeiro carnaval foi com eles, e é muito bom poder revê-los.
Não podemos deixar essa cultura morrer, pois eles são parte da nossa história, que precisa ser repassada para as gerações futuras”, salienta.
Clássico que virou batida carnavalesca
E quem disse que Beatles não pode ganhar uma roupagem carnavalesca? A banda Clube Retrô, composta por Sandoval França, Rogério Martins, Jorge Anzol, João Vasconcelos e Cláudio Sá, provou como não só dá, como também fez o gosto dos beatlemaníacos.
“Nossa inspiração foi do grupo carioca Sargento Pimenta, que já faz esse trabalho de pegar os clássicos da banda inglesa e adaptar ao ritmo do carnaval. Pensando nisso, sugerimos no edital e foi aceito”, conta o vocalista João Vasconcelos.
Entre os foliões, estava Poliana Costa, que foi ao Mercado apenas para conferir a banda: “Isso aqui é muito legal, pois agrega outros públicos que não curtem ouvir só as marchinhas típicas de carnaval. Espero que tenha mais vezes”.