Após a vazante do Rio Acre, ao longo da madrugada desta sexta-feira, 27, a Defesa Civil Estadual decidiu liberar o tráfego de veículos na ponte que dá acesso a Brasileia e Epitaciolândia. As máquinas das prefeituras já iniciaram a limpeza nas vias de acesso à ponte. Às 16 horas, o nível das águas em Brasileia registrava a marca de 9,18 metros, tendo baixado 4,33 metros em 24 horas.
Desde a última segunda-feira, 23, a Ponte José Augusto de Araújo, única ligação entre as duas cidades, estava interditada, já que o nível das águas cobriu toda a pista. Ao longo desta semana, homens do Corpo de Bombeiros e Deracre se dedicaram a remover todos os entulhos e balseiros para que a estrutura da ponte não fosse afetada.
Prejuízos da população
Após a maior enchente da história do Alto Acre, os prejuízos começam a se tornar visíveis. Casas e muros desmoronaram com a força das águas, carros foram inundados e até uma rua desmoronou. No bairro Leonardo Barbosa, na fronteira entre Brasil e Bolívia, a população ficou sem acesso viário após a vazante do rio.
O autônomo Amarildo Vidal trabalha vendendo salgados nas ruas de Brasileia. Para ele, o acesso é fundamental. “Vai ficar um pouco difícil. Estou até parado esses dias, porque meu trabalho é andando de um lado para outro”, disse.
Maricélia Cavalcante, gestora ambiental, conta que sua mãe ficou sem ter como voltar para onde mora. “A água não chegou à casa, mas ficou complicado, porque ela é idosa e meu avô também. Agora eles não têm como passar. Estão abrigados na casa de amigos”, afirmou.
Prejuízos do equipamento público
A encosta do Rio Acre em Brasileia, iniciada pelo governo do Estado no trecho entre o hospital da cidade e o bairro Leonardo Barbosa, também ficou destruída. Um prejuízo de mais de R$ 11 milhões. Os prédios da Rádio Aldeia e da nova delegacia de Brasileia também ficaram submersos durante quatro dias, e agora os prejuízos começam a ser contabilizados.