“Com talento ganhamos partidas, com trabalho em equipe e inteligência ganhamos campeonatos.” Humilde e realista, a declaração do jogador de basquete norte-americano Michael Jordan, uma das maiores estrelas do esporte mundial, traduz a importância do trabalho em união. Afinal, o atleta não conquistaria sozinho tantas vitórias em quadra.
Utilizo a frase para comentar o episódio que presenciei no último sábado, 8, quando um grupo de homens do Corpo de Bombeiros iniciou o trabalho de retirada dos “balseiros”, termo regional do Acre empregado para denominar a ilha de troncos, galhos e pedaços de árvores que, durante as cheias, descem os rios e acabam por se prender às pontes. Desta vez, ficaram presas à Juscelino Kubitschek, a Ponte Metálica.
A situação se agravou no domingo, 9, quando houve a necessidade de aumentar o contingente. Então, juntaram-se à tarefa oficiais da Polícia Militar, incluindo o Batalhão Ambiental e o Bope, além do Deracre e do Detran – este último auxiliou no bom andamento do trânsito, já que foi preciso fechar a ponte em determinados momentos, para que as máquinas atuassem a partir de cima dela. A população também fez um trabalho importante com os barcos, ajudando a empurrar os balseiros.
Foi o domingo inteiro de trabalho muito intenso, pois era assustadora a quantidade de material – e de lixo! – preso à estrutura, o que só deixa mais explícito o quanto as pessoas ainda fazem dos rios aterros sanitários.
Apesar de tanto esforço de vários homens, a situação não mudou muito de cenário na manhã da segunda-feira, 10. E, novamente, o time ganhou reforço: cerca de 150 homens atuaram durante toda a operação. Mas foi no período da tarde que o resultado mais expressivo chegou, quando um imenso pedaço de todo aquele entulho foi removido. Cerca de 90% do volume foi liberado da ponte.
A cena foi comemorada com grande euforia, e todos aqueles trabalhadores pareciam meninos quando ganham o brinquedo tão desejado. Eu me emocionei, pois ali vi homens fortes, altruístas, persistentes, determinados, disciplinados e, acima de tudo, unidos. Escrevo para fazer esse registro – falar desses homens que se dedicaram a um desafio, mostrando que o fazer em grupo permite muitas vitórias. E vitórias bem mais saborosas.
A dedicação e o esforço foram coletivos. A liderança também foi exemplo dado diante da dificuldade, pois o governador do Acre, Tião Viana, fez questão de acompanhar vários momentos da operação e, quando não estava no local, monitorava por telefone. Assim também o vice-governador, César Messias, que acompanhou todos os momentos do trabalho, inclusive coordenando o grupo. Tais atitudes serviram de exemplo para toda sua equipe de governo, mas principalmente de motivação para os que estavam nas águas do Rio Acre.
O trabalho ainda não acabou. Agora é necessário desviar novos balseiros que venham rio abaixo, para que não se acumulem e obstruam a ponte. Porém, uma coisa é certa: esses homens, unidos, repetirão o feito quantas vezes forem necessárias.
Para os bravos, os louros da vitória e a nossa gratidão. Já para quem argumenta mas não se movimenta, a frase do escritor irlandês Oscar Wilde. “Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.”
Andréa Zílio é jornalista e secretária adjunta de Comunicação do Acre