A Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM), realizou nesta sexta-feira, 23, uma atividade recreativa com os migrantes que estão abrigados no Centro Dia para Idosos.
A atividade nomeada “O colorido do meu ser” envolveu uma família de oito pessoas e um migrante que estão abrigados no local desde o dia 23 de setembro de 2020. Os migrantes vieram caminhando do Peru e atravessaram a fronteira para Rio Branco, usando o Acre como passagem para seguir viagem.
Em papeis A4 a família composta sete adultos e uma criança escreveu como foi sair de seu país e seguir para outra nacionalidade.
“Quando a crise na Venezuela começou, os dias eram muito difíceis para mim e para minha família, não tínhamos para comer, para beber e para vestir. Chegou um momento em que meus pais entraram em depressão. Foi então que meu pai decidiu ir para o Peru, em busca de uma vida melhor. Meses depois ele foi buscar eu e meus irmãos e minha mãe. Ficamos lá dois anos, e conheci uma pessoa muito especial”, relatou a Fabiana Gonzalez.
Fabiana relata também o momento que foram embora do Peru, pois não tinha trabalho para eles. “Como a fronteira do Peru estava fechada, fomos caminhando. No caminho as pessoas nos davam apoio, com moedas. Passamos por muitos lugares. Quando chegamos na ponte de Iñapari [Ponte de integração Brasil – Peru], os policiais barraram nossa entrada e tivemos que ir pelas montanhas”.
José Gonzales, de 27 anos, expressa em forma de desenhos como era na Venezuela, o que viveu no Peru e o que encontrou no Brasil. Xenofobia, dor, discriminação, medo e impotência, foram algum dos sentimentos de José durante seus dois anos no Peru. No Brasil encontrou esperança, amor, humanidade e feijoada.
A servidora da SEASDHM, Silvânia Mota, idealizadora da atividade, contou como foi a experiência. “A ideia dessa atividade foi colocar no papel, através da arte, os sentimentos do que eles passaram e de como estão se sentindo hoje”, disse.
Os migrantes seguem viagem para Bahia, saindo nesta sexta-feira, 23, para Porto Velho, Rondônia, inicialmente. A SEASDHM auxiliou durante a estadia no Acre com abrigamento, alimentação, assistência socioassistencial, saúde e segurança.
“Disponibilizamos toda a assistência que estava ao nosso alcance, o abrigamento, alimentação e também questão de saúde. Muito dos migrantes que chegam aqui não pretendem ficar no Acre, seguindo viagem para outras regiões. O governo do Acre tem atuado em prol dessas pessoas que encontram-se em situação de vulnerabilidade, nosso papel é auxiliar esses migrantes que estão em busca de melhores condições de vida”, explicou a secretária da pasta, Ana Paula Lima.