Na carteira de trabalho de Verônica Portela estão registrados 13 anos de serviço como empregada doméstica. Com mais de 40 anos de idade e três filhas, recebeu proposta da equipe de cadastramento da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) para experimentar uma nova perspectiva econômica. Temendo perder o salário fixo, a princípio, se questionou: “Será que vou dar conta?” Mas aceitou o desafio, fez o curso de salgados e decidiu empreender.
“Para quem tem a mentalidade restrita ao seu ordenado, investir R$ 540 em aluguel de um ponto comercial parece um passo largo demais”, compartilha. Hoje, quatro anos depois daquela ação governamental, segue firme com seu estabelecimento na Rua Minas Gerais, no Preventório: o Vera’s Lanche.
“Recebi da SEPN oportunidade, orientação e equipamento para trabalhar”, ressalta. O benefício foi de um fogão e uma estufa. No primeiro dia de trabalho, fez dez salgados, vendeu três. Perseverou. Atualmente, vende uma média de 150 salgados ao dia, principalmente para alunos de uma autoescola vizinha, além das marmitas e sobremesas, para as quais tem clientela fixa. Inclusive fez um empréstimo e comprou mais dois balcões, já quitados, para vender outros pratos.
Passou a ter mais tempo para os filhos, que estão com ela no lanche, o que considera uma conquista. “Alcancei coisas que nem imaginava, como ter um cartão de crédito, conseguir minhas coisinhas e limite para investir em um negócio”, diz. E foi esse empoderamento que a fez decidir, recentemente, a se separar do segundo marido, que não estava disposto a crescer junto com ela.
Os planos futuros são trabalhar com pastéis fritos na hora. E reflete: “Como é importante ter a possibilidade de sonhar!”